segunda-feira, 15 de junho de 2009

Aula de 09/06/2009 – Perspectiva Sociolinguística



Nesta aula iniciamos a leitura com outro texto do mesmo livro chamado "Práticas de linguagem oral e alfabetização inicial na escola: perspectiva sociolinguística", de Erik Jacobson (TEBEROSKY, Ana. GALLART, Marta Soller. et. all. Contextos de alfabetização inicial. Porto Alegre: Artmed, 2004, p.85-98).

Como um complemento a tudo que vem sendo exposto e refletido, JACOBSON, em seu texto, reforça a necessidade do entendimento sobre a leitura e da apropriação das relações e convenções da língua escrita, não a simples codificação ou decodificação de palavras.

Ao compreenderem a diversidade de contextos e grafias, as crianças conseguirão associar melhor e interagir mais eficazmente do que aqueles que não tiverem essa oportunidade. Exemplos de línguas como inglês e espanhol, citadas pelo autor, cita um aspecto importante de observação: nesses dois casos, o texto se lê da esquerda para a direita, diferentemente de outras línguas que utilizam o inverso.

E se pensarmos em nível de Brasil também encontramos diferenças de pronúncia regionais. Enquanto os paulistas puxam o “s”, o carioca carrega o “r”, o baiano fala gingado e o caxiense se utiliza muito da pronúncia em segunda pessoa “tu vais?”.

A criança que, em seu contexto familiar, social e cultural adquirir uma forma de falar diferenciada da predominante, porém idêntica àqueles com quem convivem, não pode ser considerada como ignorante ou possuidora de erro linguístico. Na verdade ela simplesmente reflete o que ouve e passa por um conflito epistemológico. O que pode ser feito em sala de aula é mostrar todas as formas de falar ou mesmo a diferenciação na identificação de alguns nomes.

Nesse momento da aula a Beatriz disse que, ao conhecer a Rafaela no primeiro semestre convidou-a para comprar um italiano na loja de salgados e, ao chegar lá, vendo que o italiano que ela se referia é o que chamamos aqui no Rio de Janeiro de joelho (salgado), a Rafaela falou para a Beatriz:

- Bia isso não é italiano, é joelho!

E Beatriz respondeu:

- Sim, é italiano. Pelo menos lá em Niterói chamamos de italiano. Vocês aqui chamam de joelho???

Se pararmos para analisar as falas e vermos que as duas são moradoras do Estado do Rio de Janeiro, porém uma mora no Norte Fluminense e a outra na Baixada Fluminense e já possuem dialetos diferentes, imagina quem mora em outro estado?

Por isso, trabalhar em sala de aula com aspectos diferenciados e mostrar à criança as diferenciações que uma mesma língua apresenta e, portanto, sonoridades diferentes, ela compreenderá e saberá que as digressões são normais em uma língua; o que não podemos na escola é ensinar errado! Como por exemplo, dois é dez – diante de uma fala de camelô – misturando singular e plural.

Por enquanto é só pessoal. Até as próximas pontuações!

Bárbara Hilda

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