domingo, 31 de maio de 2009

Aula de 19/05/2009 – Reflexões sobre o texto Oralidade e Escrita


Essa aula foi mais teórica e formal. Me surpreendi com a fala do professor ao citar que a maioria das respostas estavam incompletas ou incorretas...

Embora ele tenha justificado que a turma, na última aula, não estava tão eloquente, penso que a explicação sobre o texto de FÁVERO deveria ter sido mais discutida antes da proposta do questionário e suas trocas, a fim de que as respostas pudessem ser melhor elaboradas pelas duplas com base nas discussões que fossem levantadas.


Quando, no início desta aula, o Ivanildo começou a explicar detalhadamente o texto, pude observar que meu entendimento estava realmente muito aquém daquilo que estava sendo exposto e, por mais que tentemos desenvolver as atividades propostas sem a mediação do professor, seja individualmente ou coletivamente, há momentos em que realmente precisamos de mais esclarecimentos para que a interpretação fique bem mais enriquecida e exemplificada através do olhar meticuloso do professor e nossa compreensão do texto seja melhor desenvolvida.


O encerramento da aula se deu com a explicação sobre a tarefa de análise das respostas enviadas por e-mail. Solicitou o reenvio até domingo para que possa prosseguir com o objetivo desta atividade.


domingo, 17 de maio de 2009

Aula de 12/05/2009 – Oralidade e Escrita


Infelizmente não pude comparecer nesta aula por motivos de saúde, porém minha querida amiga e companheira Luciana me avisou na quinta-feira seguinte sobre os detalhes da aula, assim como a discussão que se manteve em sala.

Segundo ela, o professor utilizou o 2º texto da disciplina "Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna", de FÁVERO, L. L., ANDRADE, M. L. C. V. O. & AQUINO, Z. G.O., que apresenta as principais questões sobre o sistema linguístico nas duas modalidades - falada e escrita.

Para as autoras, se na fase inicial a escrita era considerada a 'verdadeira forma de linguagem' e a fala era algo totalmente instável e que não podia se constituir como objeto de estudo, no século passado essa postura veio se modificando. Estudos como os de Grimm, na Alemanha e Sweet e Jones, na Inglaterra fizeram entender que uma modalidade não pode ser distinta da outra. Ou seja, a escrita é derivada da fala e sem ela não conseguiríamos perceber a diversidade apresentada em uma língua materna. Isso nos leva a refletir que os níveis de estruturação do texto falado e do texto escrito, associados à coesão, precisam ser analisados de forma distinta.

Quanto à atividade proposta pelo professor -> precisaremos responder um questionário sobre o texto, em dupla e por e-mail, até domingo. Tal atividade, diferente de todas que vem sendo praticadas, servirá como base para a elaboração da próxima aula, uma vez que avaliaremos as respostas de outros colegas e eles nos avaliarão.

Então, até a próxima.

Aula de 05/05/2009 – Reflexões do texto Processos Iniciais de Leitura e Escrita




Essa aula foi, até agora, uma das melhores! Talvez porque as discussões foram mais voltadas à prática; o que, a meu ver, são mais interessantes tendo em vista nossa formação no final desse semestre.

Assim que o professor começou a discutir sobre habilidades linguísticas e cognitivas e seu entrelaçamento no processo ensino-aprendizagem percebi o quanto, de fato, produzimos instantaneamente as imagens em nossa mente. Ou seja, à medida que se constrói alguma frase ou se ouve a palavra, a criança adquire uma habilidade linguística; isso significa que pensamos, imaginamos e produzimos instantaneamente tudo aquilo que visualizamos diariamente.


E o mercado da propaganda tem se aproveitado exatamente dessas habilidades e se mostrado, cada vez mais, recheado de metonímias. Por este motivo, faz-se necessário trabalhar com as crianças comparações e semelhanças, justamente para que elas identifiquem algo antes de pedir. Ao comprar, por exemplo, um biscoito recheado será que a criança compra pela marca ou pelo produto/conteúdo da embalagem ou será que sua escolha por trakinas (uma das marcas mais preferidas pelas crianças) é porque adoram o sabor do biscoito em si?


Após essa exemplificação, alguns colegas relataram exemplos de prática. Primeiramente, uma aluna relatou um fato interessante que ocorreu com ela mesma em uma turma de Educação Infantil. Ao recontar histórias infantis através de peças teatrais observou que todas as meninas queriam ser a princesa da história e, aquelas que acabavam não sendo escolhidas, choravam muito.


Outra experiência foi a do Daniel que, a partir de sua reflexão com o grupo, sugeriu atividades teatrais utilizando os jogos como RPG, por exemplo, que desenvolvem a fala e a linguagem constantemente a partir da variedade de interpretações que a criança pode realizar.

Foi altamente contributiva essa aula porque pude perceber o quanto a criança avança em sua aprendizagem quando o professor reflete mais sobre sua prática e quando desconstrói certos conceitos impregnados e inerentes em nossa história. Propostas como o reconto de histórias infantis que desfazem os rótulos e as imagens são ótimos recursos a serem melhor explorados em nossa prática.

E é exatamente esse o meu objetivo: fazer o leitor refletir e se situar que, mesmo não tendo muitos recursos em sua prática, precisa estar em sintonia com seu desejo de mudança. E será através desse desejo que poderemos, futuramente, romper com certas visões limitadas e favorecer a compreensão da diversidade.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Aula de 28/04/2009 – Processos Iniciais de Leitura e Escrita


Nesta aula o professor utilizou para discussão o texto de Rosineide Magalhães de Sousa - Fascículo 2: Processos Iniciais de Leitura e Escrita (Secretaria de Educação Básica/MEC, 2004).

Dentre todas as discussões pertinentes a respeito da temática, me recordo que o professor frisou algo que achei de grande valia principalmente àqueles que, como eu, ainda não se encontram inseridos no meio docente - a importância da obtenção dos códigos de leitura pelas crianças, mesmo aquelas que reconhecem a imagem, nome ou marca de algum produto e/ou embalagem e de se trabalhar o aspecto semântico das palavras desde o primeiro ciclo do ensino fundamental para que elas possam não só aprender a escrever a palavra, mas entender o contexto em que se encontra inserida.

Para exemplificar tal aspecto, o professor utilizou a palavra manga e as duas situações mais comuns em que a podemos encontrar - manga fruta e manga de camisa ou camiseta.

Ainda alguns outros exemplos foram discutidos, como o caso das palavras diet e light que são oriundas de outra língua (inglês) sendo normalmente usadas pelas pessoas, embora não há palavra em nossa língua que substitua-as.

Achei bastante produtivo e enriquecedor esse texto. Percebo, diante da minha realidade de tia (por ter sobrinhos pequenos), que o ambiente favorável à criança é aquele que interage com ela, que contribui com o seu desenvolvimento.

Ao levar à prática cotidiana com meus dois sobrinhos – um de 7 e o outro de 8 anos – percebo que existem grandes diferenças na aprendizagem de cada um. Sobretudo porque o mais novo sempre foi mais incentivado se comparado com a mais velha e as escolas que estudaram tiveram abordagens diferenciadas – um com metodologia construtivista e a outra com metodologia tradicional. Enquanto inventar para um é algo comum, para a outra parte é algo chato.

Outro dia falei para dois deles:

- Já que vocês insistem tanto em brincar vamos fazer algo diferente! Dessa vez sou eu quem decido a brincadeira, ok?

Enquanto lhes contava que a brincadeira seria contar uma história do jeito deles com as palavras que estava escrevendo naquele momento na folha, a mais velha falou:

- Tia, assim eu não consigo!

Já o mais novo... começou a história na mesma hora.

A partir dessa experiência percebi o quanto a criança precisa receber estímulos para que não reaja negativamente em uma brincadeira ou atividade como essas e, o quanto é importante os incentivarmos nesse processo de aquisição e de interpretação das informações para que não se tornem meros receptores, mas sim crianças críticas, que saibam construir significados e desconstruir práticas obsoletas.

Um grande abraço a todos e espero que tenham gostado desta reflexão.

Bárbara Hilda

HOMENAGEM A RUI BARBOSA


Prezados,

resolvi utilizar esse meio maravilhoso de comunicação para homenagear nosso saudoso Rui Barbosa com a poesia "Sinto vergonha de mim" e partilhar com cada um de vocês a sabedoria desse homem.

Acredito que uma reflexão tão plausível como essa precisa ser publicada a fim de nos induzir a seguinte reflexão: Será que sentiremos vergonha de nós mesmos, daqui a alguns anos, por não termos contribuído com nada para mudar? Ou será que estaremos felizes por fazermos parte de um grupo, mesmo que publicamente pequeno, que luta para ser e fazer diferente, que deseja mais oportunidades para o "povo esquecido", que deseja igualdade entre as nações e discernimento àqueles que fazem parte do poder público?

Eu quero ter orgulho de mim mesma. Quero poder olhar para trás e ver que mesmo na dificuldade permaneci na luta e venci! E você, o que deseja?

Boa leitura.



SINTO VERGONHA DE MIM


Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar atos criminosos,
a tanta relutância em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos
que não quero percorrer...
Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões e do meu cansaço.

Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!"
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem- se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
A rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto"


Rui Barbosa

Leitura: prazer ou dever?

Caros leitores,

gostaria de dividir com vocês uma frase de Carlos Drummond de Andrade e convidá-los a uma breve reflexão: Até quando deixaremos de lado as práticas de leitura dentro de sala de aula? Até quando, influenciados pelo tradicionalismo, continuaremos a refletir uma prática cansativa e totalmente desprazerosa?

Saboreem a frase e tentem, se possível, extrair dela o máximo que puderem.

E lembrem-se: "Sem a leitura jamais conseguiremos alfabetizar e, tampouco contribuir de maneira significativa na formação desses pequenos cidadãos".




"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede".

Carlos Drummond de Andrade

Gênero Textual x Tipologia Textual

Após algumas pesquisas realizadas sobre os conceitos de Gênero e Tipologia Textual pude verificar que alguns teóricos como Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) e Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) apresentam divergências em seus apontamentos.

Enquanto Marcuschi se mostra favorável à abordagem do Gênero Textual, Travaglia tem preferência pela abordagem que utiliza a Tipologia Textual.

Isso porque, para o primeiro, dentro de um gênero textual pode se encontrar vários tipos textuais e, trabalhar somente tipologia significa limitar o desenvolvimento da competência comunicativa do aluno. Para o autor, essa miscelânea de tipos em um gênero textual caracteriza uma heterogeneidade tipológica. Isso significa que gênero textual são textos presentes no cotidiano que apresentam características sócio-comunicativas definidas pelo seu conteúdo, suas propriedades funcionais, seu estilo e composição características, enquanto que, tipologia textual é um termo usado para indicar qual sequência será seguida por sua composição linguística. Logo, independentemente de propriedade e formato apresentado, o gênero continuará com as mesmas propriedades, desde que nele contenha os artefatos essenciais em sua estrutura. Ao passo que, tipologia textual, para Marcuschi, é mais indicada para determinar os aspectos da natureza linguística que abrangem as categorias teoricamente sequenciais.

Para Travaglia, o trabalho com textos de diferentes tipos é fundamental para o desenvolvimento da competência comunicativa, pois se o aluno fica restrito a um tipo específico, tão pouco se apropriará de outros recursos de interlocução ou interação. E, por ser difícil encontrarmos tipos puros, utiliza-se o recurso da conjunção tipológica que estabelece um tipo dominante para cada tipo de interlocução que se pretende praticar. Para ele, o uso de determinadas características é que possibilitarão a efetiva comunicação (ou não) com quem se fala. Ou seja, se concebe tipologia textual como o tipo de texto que demonstre interação e a interlocução entre os envolvidos, apresentando uma função social.

Fonte: http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/g00003.htm

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Impressões sobre a Avaliação Formativa (Aula de 14/04/2009)

A primeira aula que assisti foi em 14/04/2009 e me recordo que a experiência não foi uma das mais agradáveis.

Assim que entrei na sala tive um grande impacto com a proposta do professor (a meu ver, totalmente ousada): a criação de um portifólio eletrônico, mas comumente chamado de blog.

Minha entrada foi discreta, pois a aula já havia começado e o professor avançara bastante no texto sugerido na semana anterior (07/04) - "Construindo o Portfólio Eletrônico" escrito pelo próprio professor Ivanildo. Infelizmente havia sido interpelada no corredor por algumas formandas sobre detalhes da Formatura e isso me impediu que chegasse a tempo para ouvir e entender o contexto da proposta.

Ao abrir para discussão, constatei que a maioria estava boquiaberta, com exceção daqueles que presenciaram a 1ª aula e também dos que já participaram de alguma avaliação formativa como essa.

Eu, particularmente, achei uma boa proposta, porém não deixei de relatar que a achava SURREAL nessa altura do campeonato, tendo em vista que estamos com n atividades daqui à conclusão do curso.

Desculpem-me o desabafo, mas é preciso! Uma disciplina que foi simplesmente inserida em nossa grade exatamente no final do curso se mostrou, desde o início, algo totalmente fora de nosso planejamento, principalmente porque a maioria da turma já cursou as disciplinas Tendências Atuais do Ensino de Língua Portuguesa I e Tendências Atuais do Ensino de Língua Portuguesa II. Isso significa que estamos cursando novamente TAE LP I, com uma pequena diferença relatada pela direção da faculdade - as que fizemos tiveram sua ementa voltada para o Ensino Fundamental, enquanto que a atual está voltada para a Educação Infantil.

Desde quando houve a reformulação do currículo e a votação pelas equivalências algumas pessoas se sentiram prejudicadas, sobretudo porque a maioria deveria ter se formado em 2008/1 e, devido o incentivo dado para que migrássemos para o curso novo, nos sentimos na desvantagem caso não optássemos pela mudança.

Mudamos por acreditarmos ser uma habilitação mais ampla e nos moldes atuais solicitados pela maioria dos concursos; o que nos torna diferenciados dos demais (principalmente porque alguns já possuem o normal de nível técnico).

Antes éramos limitados às habilitações de Licenciatura Plena nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental e Educação Infantil e com a reformulação obtivemos uma amplitude nesse sentido. Atualmente nosso Curso compreende a Licenciatura Plena em Pedagogia na Docência da Educação Infantil, dos anos iniciais do Ensino Fundamental, das matérias Pedagógicas do Ensino Médio, na modalidade Normal e Gestão dos Sistemas Educacionais (Segundo Deliberação UERJ 27/08 de 13/10/2008) - e, ainda assim, alguns se mostram arrependidos por terem migrado.

Um currículo que apresentou discussão sobre a reformulação desde 2006 e, burocraticamente resolvido apenas em 2009/1 após muita pressão do Centro Acadêmico e demais estudantes envolvidos é, sinceramente, para mim algo impertinente e prejudicial àqueles que estão se formando agora.

Incluíram mais disciplinas obrigatórias e retiraram aquelas que tínhamos feito, tais como Prática I, II, III e IV, juntamente com as notas; que causou rebaixamento de nosso CR (coeficiente de rendimento), uma vez que não houveram equivalências para tais.

Sei que muitos formandos estão na mesma condição, porém não relatam sua insatisfação se acharem "sem voz" ou mesmo por se sentirem ameaçados de alguma forma, mas infelizmente nessa primeira aula precisei extravasar um pouco e peço desculpas àqueles que se sentiram desconfortáveis com a discussão levantada.

E, aproveitando esse espaço público por nós construídos, peço mais uma vez desculpas ao professor Ivanildo e à turma pelo relato talvez impróprio para alguns, mas a meu ver totalmente necessário, tendo em vista que fazemos parte de uma instituição democrática e como tal, não podemos deixar nunca de discutir e refletir sobre todas as questões envolvidas nesse processo.

Por este motivo resolvi utilizar o presente portifólio para relatar tudo o que passamos e temos passado desde que se fala em reforma curricular e, para ratificar que não foi a proposta em si que me assustou, mas sim o fato de termos tantas atividades para dar conta em apenas um período - Estágio no ensino médio com relatório e aula para ministrar, 2 ou mais disciplinas (dependendo da equivalência), 100 horas de atividades complementares e mais a Monografia.

Desde já agradeço aos que me compreenderam e peço desculpas, novamente, aos que não entenderam ou discordam de minha fala.

Bárbara Hilda